AH SEU ALDRABÃO!! DIZES QUE NÃO MAS PENSAS QUE SIM!!
Desculpas, paranóias, alibís, whatever! Bom dia meus senhores e minhas senhoras (para não vos chamar seres cadavéricos que pensam que pensam por vocês próprios quando na verdade quem vos comanda é o Né! Ahahah!), e sejam bem-vindos ao 4º (O tempo passa não é verdade?!) post do meu estranho blog! Espero que tenham tido um serão agradável, apertem os cintos, notem que os avisos contra fumo no local estão ligados, enjoy the flight!
(Este é o tempo que dou para recuperarem da anormalidade daquele parágrafo ... Já está!)
Hoje gostava de deixar aqui um dos textos que mais me impressionou, quer pela escrita efusiva, pura, selvagem, surreal, quer pelo seu sentido irónico ou pela sua crítica profunda à linearidade da sociedade ... Passo a palavra ao Ex.mo Sr. Álvaro de Campos ...
Lisbon Revisited
NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
Álvaro de Campos
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
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4 comentários:
Álvaro de Campos. Estou a "estudá-lo".
Este poema é algo de muito bom! Brindas-nos com boas coisas!
VÃO PARA O DIABO SEM MIM,
OU DEIXEM-ME IR SOZINHO PARA O DIABO!
Este post ta qqr coisa!! lol
Votei naquela coisinha ^^
E tas nos meus interesses do hi5, caso ainda n tenhas reparado e te importes x)
Asterisquinhes*
o alvaro de campos fumava mais droga que a lshc toda junta !!!!!
filipe =)
opaaa... Álvaro de Campos!
como a Joana disse e muito bem... estamos a "estudar" esse Senhor! xD
a última aula de português foi exactamente esse poema! =P
Achei-o bastante interessante...
para mim a primeira parte... arrebata tudo!
"NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!"
és um apreciador nato!!! =)
belos poemas!!! =P
beijo beijo Nééééé!!! xD
Raquel Cardoso.
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